sexta-feira, 8 de março de 2019

Naufrágio (poema estilo Isabeltino)


Naufrágio

vulnerável
é o músculo cardíaco
quando naufragamos
no dia de ontem-amanhã
 

assustados
pelos terrores da noite
prisioneiros ]
em um barco sem leme
 

esperando
com a alma vulnerável
o amor - amor terno, eterno
profundo e libertador.

Isabel Furini

Arte digital de Isabel Furini

Tempo paralelo (Poema Isabeltino de Isabel Furini)


tempo
é um buraco negro
muito intenso
o seu campo gravitacional


arrasta
os homens para mundos
paralelos
onde as palavras imperam


versos
alimentam emoções e ideias
Prometheus amarrado
à enorme rocha

intenta
diminuir o poder loquaz
superando definitivaemnte
o complexo de culpa

Poema de Isabel Furini
(Estilo Isabeltino)

Fotografia de Isabel Furini

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Lançamento do livro FELIZ NATAL - Texto de Arriete Rangel de Abreu

As poetas Neyd Montingelli e Isabel Furini receberam na noite de ontem amigos, escritores, poetas, familiares e o público que se dirigiu às Livrarias Curitiba do Shopping Estação para o lançamento do livro "Feliz Natal - poesias" escrito a duas mãos pelas autoras.



Isabel Furini e Neyd Montingelli - Foto: Willy Schumann

Uma ode natalina. Assim o jornalista e escritor Willy Schumann considera no prefácio, o encontro das duas poetas, que resultou em plena conexão inspiradora, sensibilizadas pela magia do natal e pela forte reverência ao Criador, exaltadas no período natalino pelo gênero humano.

Fotografia de Ricardo




A chuva, embora tenha impossibilitado algumas presenças esperadas, não impediu que o evento contasse com grande número de pessoas que foram prestigiar as autoras, receber os autógrafos, ouvir alguns dos poemas declamados pela também escritora e poeta Andréa Motta - presidente da UBT Curitiba e vice-presidente da Academia Paranaense de Poesia, bem como para aplaudir a simpática e competente homenageada, Edilene Guzzoni - coordenadora cultural do SESC Água Verde, que recebeu a medalha de honra ao mérito do 11º Concurso Internacional Poetizar o Mundo, coordenado por Isabel Furini, pelos serviços dedicados à cultura paranaense.

Fotografia de Julio Maito Filho




Na noite cultural, apresentou-se o Coral SUD - Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias-Mórmons com cânticos natalinos, encerrando o evento e envolvendo os presentes com o espírito fraterno e delicado de um Feliz Natal.

SemeARTE agradece o convite para participarmos como Mestre de Cerimônias do lançamento de "Feliz Natal - Poesias" e parabeniza as poetas e amigas Neyd Montingelli e Isabel Furini, desejando-lhes um encantado e alegre Natal, tão alegre e amigo como os que proporcionaram nos instantes que juntas e mais uma vez, nos reunimos em feliz e poético encontro.

Feliz Natal! - 24.11.2015.

Especial agradecimento para a amiga Andréa Motta pelo carinho e boa vontade em se oferecer para fazer os registros fotográficos, enquanto nos encontramos ocupadas com outros afazeres.

(Arriete Rangel de Abreu Mestre de Cerimônias do evento idealizadora do projeto SemeARTE)

Fotografia de Arriete Rangel de Abreu




Fotografia de Arriete Rangel de Abreu




Fotografia de Arriete Rangel de Abreu




Fotografia de Andréa Motta


Mestre de Cerimônia do evento: Arriete Rangel de Abreu.


Fotografia de Arriete Rangel de Abreu


Andréa Motta realizando a leitura dos poemas do livro "Feliz Natal".


Fotografia de Arriete Rangel de Abreu


Coral SUD.




Neyd Montingelli com as amigas Mara Karpenko, Carmem Sueli da Costa e Rita T Severino



Fotografia de Arriete Rangel de Abreu


Maestrina do Coral SUD




Fotografia de Arriete Rangel de Abreu




Fotografia de Andréa Motta






Fotografia de Andréa Motta
Arriete Rangel de Abreu, Neyd Montingelli, Susana Arceno e Isabel Furini



Rogério Bittencourt, Dirce Polli, Isabel Furini Lukas Mafra Souz e Mafra Souza.



Fotografia Willy Schumann





Fotografia Willy Schumann

domingo, 1 de novembro de 2015

A Ponte (Poema Isabeltino)



A ponte (poema Isabeltino)

pessoas
revelam a síndrome
da solidão
e da loucura poética

texturas
de emoções e ilusões
renovadas
brincam sob o Sol.

Isabel Furini



PINGA PARA OS PERUS - Conto de Neyd Montingelli


A caminhonete que um dia foi vermelha, toda amassada e fazendo um estrondo de trovão sobe a estradinha. As crianças escutam lá do quintal. Dava a impressão que todos no bairro escutaram, tamanha barulheira fazia aquela geringonça.
O menino de cabelo raspado com exceção de uma franja, corre abrir o portão.
Seu Jacinto entra arranhando a primeira marcha e uma fumaça preta sai do cano de escape. Empoleirado no muro o guri grita e ri daquilo tudo.
Um homem grande, com a cara cor de rosa, usando uma blusa um tanto florida e amarrotada, dá uns socos na porta, sai e fica em meio à fumaça e ao pó da estradinha. Tira um lenço muito sujo do bolso fundo da calça larga e passa na testa suada.
- Ei piá. Cadê sua mãe? Avise que eu trouxe os bichos.
Ouve-se então uma enorme reclamação da carroceria do veículo. O som era alto e parecia uma briga feroz.
O motorista tira uma barra de ferro do banco da caminhonete e bate na lateral, fazendo um barulho maior que o som que vinha de dentro. Os bichos acalmam-se por alguns instantes.
O menino, completamente assustado, sai em disparada para os fundos da casa. Encontra a jovem mãe, pois ela já havia escutado o barulho e tratou de desligar o fogão para não queimar o almoço antes de sair de dentro da casa.
- O seu Jacinto chegou, mas tem uns “bichos que estão gritando” no caminhãozinho!
A mãe ri e acompanha o filho ao mesmo tempo em que chama as filhas que estão nos fundos para irem receber os “bichos que estão gritando”.
A avó que mora na casa ao lado também vem para a recepção dos seres. Afinal aquele dia parecia ser um tremendo dia especial!
A menina de cabelos claros, com grandes olhos verdes, usando calça brim coringa e uma camiseta muito grande para o seu tamanho, desce a rampa da entrada da casa arrastando a irmãzinha chorona pela mão melequenta. A pequena só parou de chorar quando chegou perto do barulho que vinha da carroceria da caminhonete.
- Chegou cedo seu Jacinto. Pode descarregar. Vou abrir o portão do galinheiro.
Como assim?
Em volta do portão já estava uma pequena multidão de vizinhos curiosos. Todos se apertando no muro para ver o que tinha na caminhonete que fazia aquela algazarra.
Como abrir o portão do galinheiro?
As três crianças ficaram grudadas com a avó que olha curiosa. Elas não estavam entendendo.
Por que precisa abrir o portão para colocar galinhas no galinheiro? É só jogar por cima da cerca, oras! Ou não?
Seu Jacinto trava uma batalha com a barriga para subir na carroceria. O rosto fica vermelho desta vez e o lenço sujo vai enxugar o suor até da nuca cheia de dobrinhas. Ele arrasta uma lona escura e cheia de buracos para o lado deixando à mostra umas caixas enormes de tela e apavora uns seres negros cheios de penas.
Da multidão em volta ouve-se:
- Nossa! Que lindos! Que enormes! São perus.
Claro que são perus. Qualquer um reconheceria um peru. Imponente, majestoso, senhor de si, negro e brilhante, com as penas compridas e com a cabeça e barbela que vão do azul ao vermelho e até roxo.
Por que peru na casa da dona Cice? Não. Por que tantos perus na casa da dona Cice?
É, logo o seu Jacinto começou a tirar um, dois, cinco, enormes perus negros daquelas caixas; amarrava os pés deles e dava para o ajudante sujismundo. Este moço malcheiroso saía correndo com a ave nos braços e os dois gritavam. Parecia concurso de quem gritava mais alto.
No portão do galinheiro ele desamarrava os pés do coitado e soltava no terreiro. Fez isso cinco vezes e em todas, ele gritou mais que os perus. No final as pessoas que estavam no portão bateram palmas para o desempenho do rapaz sujo.
Dona Cice, a avó e as três crianças estavam admirando os enormes perus no terreiro do galinheiro. As 10 galinhas estavam tão assustadas quanto as crianças, não pelos perus. Galinha não tem medo de peru. Elas estavam assustadas pelo maluco do rapaz sujo que tanto gritava e pela falta do galo, pois a dona Cice deixou o enorme galo vermelho e amarelo preso no galinheiro. Elas precisavam da presença do galo.
O galo não se conformava de estar preso enquanto as galinhas estavam ali fora, à mercê dos intrusos intrometidos.
A avó explicava para as crianças o que estava acontecendo com os grupos familiares das galinhas e dos perus.
Finalmente a mãe abriu a portinhola e o galo foi solto.
O menino saiu em defesa do galo:
- Mãe, esses baitas perus vão matar nosso galo. Olha o tamanho deles! O Sargento é grande, mas os perus são bem maiores.
A avó interveio para sossegar o pequeno Mig:
- Não se preocupe. Você já vai ver o que o Sargento consegue fazer.
E dito e feito. Assim que o galo sai pela pequena porta, vai com tudo em cima dos perus. Briga com todos os cinco. Põe ordem na casa e mostra quem manda naquele terreiro.
As crianças ficam tristes em ver a briga. Não querem que nenhum deles saia machucado. A avó joga milho em um lado e todos esquecem as desavenças e vão fazer um lanche. Ela explica que apesar do tamanho, peru não briga com galo porque perde.
Ninguém perguntou o porquê de todos aqueles perus no galinheiro. Afinal, na cabeça de criança:
Nosso galinheiro, nossas galinhas, nossos perus”. Pronto simples assim.
Os dias passaram e a pequena família viveu em função das enormes aves barulhentas. Muita comida, restos de comida, milho debulhado dos sabugos pelos dedinhos delicados das meninas; verduras, legumes e frutas colhidos da horta e cortados em pedaços pequenos pelas mãos ágeis da mãe e da avó.
E o irmão? Fazia o quê?
Mig colocava água no coxo. E não deixava de atormentar os coitados dos perus só para ver as barbelas ficarem infladas e as penas eriçadas. Coisas de piá mesmo!
O dia 24 de dezembro estava chegando. As crianças ouviram a mãe conversando com as senhoras da Igreja e combinando serviços, pratos, roupas. Os três filhos ensaiavam com o coral para uma apresentação que seria na Festa de Natal. Estavam ansiosos, mal podiam esperar pelo dia.
No salão da Igreja longas mesas foram montadas. Uma enorme árvore de Natal ficou bem no meio e todos os sábados e domingos as crianças e jovens faziam os enfeites de papel e purpurina. Na última semana ela estava pronta, com os pisca-piscas, as bolas e aqueles chumaços de algodão.
Ficou a coisa mais linda do mundo! Palavras das próprias crianças escritas no mural.
E o jantar?
Todas as mães, tias, avós estavam fazendo algum prato doce ou salgado. Aquele dia 23 amanheceu diferente de todos. Era uma sexta feira no começo da tarde e as pessoas estavam chegando na casa da dona Cice. As crianças estavam tomando o café da tarde e ficaram contentes com a vinda das senhoras da igreja, alguns maridos e os filhos.
Estranho. Estranho, mas divertido.
Começou uma arrumação esquisita nos fundos da casa. Os homens fizeram uma espécie de churrasqueira de tijolos com lenha e acenderam o fogo. Tinha um enorme tacho também. Montaram uma mesa comprida de madeira. E tinha facas, pratos, travessas, temperos, comida, milho, ovo. Nossa! Muita coisa.
Enquanto as mulheres arrumavam essa cozinha “de fora”, os dois homens foram até o galinheiro com uma garrafa de pinga.
Garrafa de pinga?
Ninguém bebe nesta casa, nem as visitas, são todos mórmons! As crianças ficaram olhando es-pan-ta-das.
O Mig já pensou em delatar o ocorrido ao bispo da igreja.
Todos vão empoleirar-se na cerca para ver a atuação dos homens dentro do terreiro do galinheiro, pois os cinco perus exaltaram-se quando eles abriram o portão.
O que eles vão fazer com a pinga?
Os homens cobriram o cocho de água e deixaram apenas uma bacia com pinga para os perus beberem. As galinhas refugiaram-se dentro do galinheiro e ficaram bem quietinhas lá. Dona Cice aproveitou e fechou a portinhola, impedindo que elas viessem para fora.
Os perus correm de um lado para outro, nervosos e agitados. Nenhum deles quer tomar a pinga.


O menino comenta:
- Eles também não bebem nada que tenha álcool. Troca por um suco!
A risada foi geral. Mas a vovó foi esclarecer que os perus tinham que tomar a pinga.
E foi quase uma hora de espera e nada dos danados tomarem um só gole.
Os homens decidem então que seria na marra. Entram de novo no terreiro e encurralam o primeiro peru. Um segura e o outro faz o coitado tomar a pinga por um potinho. Tomou tudo! Todos tomaram.
Aí foi a espera.
Aproveitando a luz do dia, foram colher uns pêssegos no quintal e sentaram na escada da entrada para comer as frutas doces e amarelinhas esperando que os perus começassem a “trançar as pernas”.
- Por que tem que esperar os perus ficarem bêbados? – Perguntou o menino de franja única.
- Para que não vejam o amigo sendo degolado. – Diz o filho de um dos homens que embebedou a perusada, e faz um som e um sinal de degola assustador com a mão. - Shhhhhhhimmmm!
- Ei, pode parar com isso Zéca. Pare de assustar o Mig. Não é nada disso. É para a carne ficar mais macia. Só isso.
- Mas, vocês vão matar os nossos perus? Todos eles? Por quê?
- Ué? Você não sabia? Mas é um bocó mesmo. Por que você acha que eles estão aqui na sua casa? Eles são os perus do Natal da Igreja! Amanhã nós vamos papar todos eles na Ceia de Natal. A minha mãe está fazendo recheio com milho e ervilha que eu adoro.

Neyd Montingelli


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sexta-feira, 23 de outubro de 2015

O Natal dos bichos (Poema infantil de Isabel Furini - Quadro de Carlos Zemek)


Em uma linda floresta
aconteceu uma linda festa.

Uma festa de Natal
e os bichos não se cansavam de dançar.

O jacaré dançava com a sucuri,
e a sucuri beijou o seu nariz.

O gato do mato dançou com a pantera,
dançou e dançou a noite inteira.

O panda comeu os bolinhos de mel,
feitos com carinho pela papa-mel.

A onça estava contente
e até dançou com uma serpente.

E quem tocava piano?
Era um alegre tucano.                                                                               Quadro de Carlos Zemek -

O lobo dançou com uma hiena,
e a hiena ficou rindo da baleia.

Muito zangada gritou a baleia:
- Já cansei do riso da hiena.

O lobo deixou a hiena rindo sozinha
e foi a dançar com uma linda doninha.

E o que ninguém sabia,
era que nessa floresta havia uma águia escondida.

Poema de Isabel Furini




Procure a águia da floresta azul.










Quadro de Carlos Zemek -

Lançamento do livro de Poesia FELIZ NATAL - Neyd Montingelli e Isabel Furini



24 de NOVEMBRO de 2015
19:30 horas

LIVRARIAS CURITIBA
SHOPPING ESTAÇÃO

as poetas premiadas
NEYD MONTINGELLI
e
ISABEL FURINI
estarão autografando o livro de poesias